terça-feira, 10 de setembro de 2013

A Apresentação do Cordel !!!

       A Presentação do Cordel de Agosto de  2012 o escritor Geraldo Brasileiro de Jesus, visitou a nossa escola, e leu um dos seus cordel chamado "A Mulher Cabra e o Lobisomem " do seu livro "Quimera ".
Os voluntários aproveitaram e fizeram um sarau do cordel "O Que é Folclore? " do livro " Patativa do Assaré " do autor " Antônio Gonçalves da Silva ", a professora Iara e Solange Tex mostraram a arte do artesanato.
  

Sarau do cordel O Que é o Folclore?

    O que é folclore?


    De conservar o folclore 
    Todos têm obrigação, 
    Para que nunca descore 
    A popular tradição 
    Os homens de grande estudo 
    Como Mainá e Cascudo 
    Guardam sempre nos arquivos 
    Populares tradições, 
    Cantigas, superstições 
    E costumes primitivos.
    Você, caboclo, que cresce, 
    Sem instrução nem saber, 
    Escuta, mas não conhece 
    Folclore o que quer dizer; 
    O folclore é um pilão, 
    É um bodoque, um pião, 
    Garanto que também é 
    Uma grosseira cangalha 
    Aparelhada de palha 
    De palmeira ou cato lé.
    Posso lhe afirmar também 
    Folclore é superstição 
    O medo que você tem 
    Do canto do corujão.
    Folclore é aquele instrumento 
    Para o seu divertimento 
    Que chamamos berimbau, 
    E também a brincadeira 
    Ritmada e prazenteira 
    Chamada Maneiro-pau.
    Folclore, meu camarada, 
    Ouvimos a toda hora, 
    É estória de alma penada 
    De lobisomem e caipora. 
    Preste atenção e decore, 
    Pois, com certeza, folclore 
    Ainda posso dizer 
    Que é aquele búzio de osso 
    Que você põe no pescoço 
    Do filho pra não morrer.
    É o aboio magoado 
    Do vaqueiro na amplidão, 
    É o festejo animado 
    Da debulha de feijão, 
    Carro de boi e gaiola 
    E desafio, à viola, 
    Do cantador popular. 
    E também a toadinha 
    Da Ciranda-cirandinha 
    Vamos todos cirandar.
    Eu e você que vivemos 
    No nosso pobre sertão 
    Muitas coisas inda temos 
    Da popular tradição; 
    Além de outras, o girau 
    E a carrocinha de pau 
    Em vez de bonito carro. 
    Que prazer, satisfação, 
    A gente comer pirão 
    Mexido em prato de barro!
    E agora, prezado irmão, 
    Estes versos lhe dedico, 
    Lhe dei alguma noção 
    Do nosso folclore rico. 
    Não posso continuar, 
    Pois nada pude estudar, 
    De dentro do tema saio. 
    O resto lhe dirá tudo 
    Romão Folgueira Sampaio, 
    Mainá e Câmara Cascudo.
                                             
    Patativa do Assaré/Antônio Gonçalves da Silva







A Arte do Artesanato 


Solange Tex Professora de Artes da Escola Kakonozuke  "Publicou um livro e apresentou na bienal do livro" 

Iara e Solange Tex 







Escritor do livro Quimera, Geraldo Brasileiro de Jesus

A leitura do Cordel "A Mulher Cabra e o Lobisomem "

A Mulher Cabra e o Lobisomem

Pessoal desta platéia
Meu senhor, minha senhora
Preste muito atenção
No que vou dizer agora
Quem tem coragem se sente
Quem tem medo vá embora
Que não tem boa saúde
Ou mesmo disposição
Eu peço que se retire
Não me der ouvido não
Tá arriscado a ficar doido
Ou morrer do coração
O que aconteceu comigo
Eu não desejo a ninguém
Para mim foi um castigo
Em duvidar do além
Não acreditava em nada
Nem se quer dizia amém
Passava da meia-noite
Quase meia-noite e meia
Era sexta-feira treze
Em noite de lua cheia
Cavalgava meu cavalo
E parei prá descansar
Não esperava no entanto
O que ia encontrar
Foi num pequeno lugarejo
Perto de Piracicaba
Sem quer veja o que vejo
uma mulher vira cabra
cruz credo meu Pai Eterno
Disse eu apavorado
Isso é coisa do inferno
Eu estou sendo julgado
Fiquei todo arrepiado
de ver aquele pavor
Lá em cima do telhado
um gato se assustou
Deu um miado e fugiu
O boi de longe mugiu
E o cachorro se acuou
Meu cavalo relinchou
E correu em disparada
Pulando a cerca de arame
Deixando-a toda quebrada
Mas não parou por aí
Quando tudo se acalmava
O que vejo em minha frente
Um animal cheio de raiva
Era o tal do lobisomem
Metade dele era bicho
A outra metade homem
A mulher que virou cabra
Começou a berrar "méééé"
O bicho se esponjava
Ao mesmo tempo babava
Fuçando o pé de café
Parecia um ritual
Que não sei dizer o nome
Rolaram os dois na poeira
Mulher cabra e lobisomem
A cabra berrava forte
O lobisomem uivava
Na luta de vida ou morte
Os dois se engalfinhavam
A coruja que estava pousada
Bateu asas e vôo
Assustando o morcego
Que também lhe imitou
Rezando me ajoelhei
Rezei com muito fervor
Pedindo a todos os santos
   Que acabasse os encantos
E tudo se acabou
valeu a forte oração
Que fiz ao Nosso Senhor
Já era de manhãzinha
Tudo voltou ao normal
O dia que clareava
O galo preto cantava
A galinha cacarejava
Com seus piritinhos a ciscar
Naquele imenso quintal
A cabra virou mulher
Estava toda empoeirada
Foi tomar banho no rio
E lavar a cara inchada
Já o bicho lobisomem
Me deixou impressionado
Levantou-se rebolando
O cara não era homem
O danado era viado
Fui procurar meu cavalo
Que se embrenhou no mato
Achei e me deu trabalho
Estava cheio de carrapatos
Saí daquele lugar
Um pouco ressabiado
Nem pra trás eu quis olhar
Estava muito assustado
O que está acontecendo?
Não estou me sentindo bem
Minhas unhas estão crescendo
E os meus dentes também
Estou ficando orelhudo
Uma coisa me consome
meu peito está cabeludo
Estou virando lobisomem!










1 comentários:

Unknown disse...

a leitura e uma flor que desabrocha a sua imaginação assinado melquesedeque andrades de menesez

Postar um comentário

 
;